sábado, 21 de novembro de 2009

Sherlock Holmes no mundo virtual




     O que seria de nós, pobres mortais, sem os sites de busca na web? Precisamos de um apoio para começar a investigação. Uma, duas, três ou quantas mais pistas forem necessárias. Somos o Sherlock Homes do Século XXI. Atrás de uma informação que nos leve a outros conteúdos e numa cadeia crescente fazemos as conexões necessárias. A complexidade para chegar a um veredicto é quase impossível, o detetive britânico jogaria o chapéu e fundaria um clube de cachimbo. Sorte tinha Sherlock Holmes por contar com o Dr. Watson, seu fiel escudeiro, para resolver os casos dele. Sorte temos nós por contarmos com os motores de busca, uma ferramenta essencial de pesquisa.

     Mais do que lançar palavras-chave, é preciso antes escolher o site de busca. Testar diferentes buscadores, sair da zona de conforto. Verificar qual é o mais apropriado para os seus objetivos. Mas não se engane. É preciso analisar os resultados, os que aparecem no topo nem sempre são os endereços mais úteis. Há todo um trabalho de bastidores para que os sites fiquem bem posicionados e atraiam maior número de usuários. Vamos à prática. Pesquisar o termo “crise na imprensa” e ver o que ocorre no Google, Yahoo, Radar Uol, Bing, Ask.com e DogPile .
    
     A opção de pesquisa  ampla foi realizada em todos os buscadores. O resultado foi uma miscelânea: site de notícias, blogs, fórum de discusão, portal de marketing, artigos, anúncio. Vale lembrar que o trabalho foi realizado em 20 e 21 de novembro. As respostas podem variar em pouco tempo. Abaixo alguns casos listados:
  • O mais surpreendente foi o InForum aparecer no topo da lista do Google e do Radar UOL. É irrelevante. "Crise na imprensa" é apenas o título de e-mail do fórum.
  • Sintomático é o link que aparece em segundo lugar no Ask.com. Nos leva para o site de assinaturas do jornal O Globo. É a tradução literal do que ocorre no Brasil e no mundo? A queda da imprensa tradicional? A fuga de leitores e de publicidade? É a indexação por assunto e não por palavra-chave? É o que parece ser.                                                                                            
  • Figurinha fácil foram os blogs Pedro Dória e o Educar em português. Aparecem quatro vezes, mas nem sempre nos mesmos buscadores. O blog Edu do Brooklin consta uma vez no Yahoo. O blog Código Aberto é resultado apenas do Bing, mas o texto do professor e jornalista Carlos Castilho é replicado no portal Adnews com o título "As duas caras da crise na imprensa".                                                                                                                                                     
  • "Crise na Imprensa" aparece nos portais UOL MaisO Dia onlineTerra . O campeão é o UOL Mais, na listagem do Google, Radar Uol, Ask e DogPile. A notícia é a mesma em todos os sites. Anuncia a crise nos meios de comunicação nos Estados Unidos e o respeito à liberdade de imprensa no Paraguai durante a reunião da SIP, Sociedade Interamericana de Imprensa.         

      O que diria o nosso Sherlock Holmes? Concluiria que depois de muitas voltas chegamos a endereços semelhantes e a outras pistas falsas. Que na busca incessante encontramos personagens que são provas de coragem, como Lúcio Flávio Pinto. Há 20 anos, o jornalista dedica-se ao Jornal Pessoal, uma publicação alternativa dedicada às questões da região Amazônica em Belém do Pará. E num bate-papo entre o detetive e o assistente Dr.Watson, ambos refletiriam que a crise da imprensa fecha uma porta de trabalho nas empresas tradicionais, mas abre um leque de opções na web. Nos portais de notícias, na imprensa alternativa online, nos blogs, no marketing digital... Afinal comunicação é a alma do negócio. Elementar, meu caro usuário.

Um comentário:

  1. Olá Nadia.
    Fiquei encantado com seu texto, principlamente com a comparação feita com Sherlock Holmes. O post está irreverente, preciso e inteligente. Particularmente, gostei da última parte, a que trata do bate-papo entre o detetive e o Dr. Watson. Realmente as novidades tecnológicas e o jornalismo na web vem surpreendendo muita gente e a crise na imprensa anda mesmo assustando milhares de jornalista. Gostei mesmo de seu texto. Parabéns. Está bem conciso e atraente. A comparação entre os buscadores ficou ótima.
    Abraços.

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